27/12/2011

SUSPENSO... E AS PROPRIEDADES DO AMOR





As propriedades do amor... Tão sublimes, tão diferentes, tão harmoniosas e magnânimas. Nos faz chorar, nos faz sorrir, nos faz sorrir e chorar, nos faz vivos!
E ele se mostra sempre espontâneo. E por ser de boa índole, não prende, não escraviza, não controla e não exige nada em troca pelo bem que promove, mas compartilha tudo o que de útil possui.

Francesco Alberoni fala do amor com propriedades de amizade:
O amor, para durar, tem de ser também confiança, também estima. Isto é, deve adquirir propriedades da amizade. 

Marisa de Medeiros , diz que há amor no coração, e o compara a amizade às estações do ano:
Amizade é primavera,
Também inverno e verão
Belo outono no coração;
Linda e delicada
Como as estações;
Amizade começa às vezes
Sem saber onde,
Como e quando
Isso já não importa
Amizade comporta
No coração...
Estende-se, entende;
Prende-nos
Com liberdade,
Propriedade da amizade,
Ser e querer
Assim amigo (a)
Como quero você
Em qualquer estação
Com o mesmo
Amor no coração.

Matias Aires, em "Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens", fala que não está nas nossas mãos o não amar, e o amar também:
É propriedade do amor o ser violento; e é propriedade da violência o não durar. O amor acaba-se em nós, não por nossa vontade, mas porque tem por natureza o acabar; e ainda que tudo há-de acabar conosco, nem tudo espera por nós. Quando amamos, é por força, porque a formosura que nos inclina, nos vence; e também é por força quando não amamos; porque uma vez rotos os laços, ficamos de tal sorte livres, que ainda que queiramos, não podemos tornar a eles; e assim não está na nossa mão o não amar, nem também o amar; o coração por si mesmo se acende, e resfria; nós, não o podemos inflamar, nem extinguir-lhe o ardor.

Mas só Preto Moreno expressa bem quais são as propriedades do amor:
O amor deveria ser feito um elástico
Seria mais prático
Para os dois...


Se perto tudo muito bem solto
Se longe tudo muito bem esticado
Se perto temperado à gosto
Se longe outro tempero procurado...


Um dos dois poderia soltar a ponta
E voar para onde quisesse
Não haveria perigo de monta
Desde que se soubesse


Como é bom compreender o outro
E admirá-lo e deixá-lo planar
Em busca de outro porto
Que só quem flutua sabe encontrar...


O desejo mais oculto viria à tona
Mostrando a mais escondida flor
Não haveria dono e nem dona
Desse sentimento chamado amor.


Um comentário: